AV LITERATURA COMPARADA.

1. Ref.: 107491 Pontos: 1,00 / 1,00 O título da canção de Caetano Veloso, que usamos como exemplo na primeira aula, faz uma alusão a uma narrativa mitológica da Antiga Grécia. Deste fato, concluir que: O reaproveitamento de temas da tradição antiga é uma prática que alimenta a criatividade dos autores de hoje, ainda que estes lancem mão, com muita frequência, de recursos próprios, para exprimir novas realidades. O reaproveitamento de temas da tradição antiga é uma prática indispensável para os novos autores, sendo ela o objeto privilegiado de estudo da Literatura Comparada. O caso específico da canção de Caetano elucida a realidade de que os temas da antiguidade não podem ser retomados, uma vez que ninguém mais acredita nos mitos da antiguidade. É impossível relacionar temas antigos com manifestações recentes. O reaproveitamento de temas da tradição literária é uma prática que alimenta a criatividade dos autores de hoje, muito embora estes se mostrem incapazes de alcançar o mesmo nível dos clássicos. 2. Ref.: 107517 Pontos: 1,00 / 1,00 A formalização da Literatura Comparada como disciplina acadêmica remonta à França do período romântico. Dentre os aspectos da mentalidade dominante no período, teve particular interesse para os estudos comparativos: O retorno à Idade Média, traço determinante e característico de importantes autores românticos. A adesão entusiasmada aos valores oriundos da afirmação do capitalismo industrial. A afirmação do primado do indivíduo e sua capacidade inventiva, contra os valores da tradição clássica. A tendência à recusa da racionalidade burguesa, que faz muitos românticos optarem por um retorno a padrões bem próximos aos do classicismo. O gosto pelo exótico, que leva os intelectuais a começarem a se interessar pela produção cultural dos povos distantes. 3. Ref.: 107520 Pontos: 1,00 / 1,00 Dentre as limitações da Literatura Comparada do século XIX, encontra-se: A incapacidade atualizar seu discurso, tendo em vista o estágio evolutivo a que havia chegado a reflexão teórica sobre literatura. A tendência a diluir os estudos na medida em que muitos textos de diferentes países eram levados em conta para efeitos de análise. A tendência a hierarquizar as literaturas de diferentes nações, ou seja, preocupar-se em afirmar a superioridade de umas sobre outras. Em especial, a tendência a considerar os padrões europeus como modelares. A capacidade de atualizar seu discurso, tendo em vista o estágio evolutivo a que havia chegado a reflexão teórica sobre literatura A tendência manifesta em certos estudos de considerar a literatura das nações de outros continentes como digna da mesma atenção que se dispensava às europeias. 4. Ref.: 127148 Pontos: 1,00 / 1,00 Os críticos formalistas inauguram o século XX, em termos de estudos literários, afastando-se da perspectiva historicista que predominara no século XIX. Em vez disso, afirmam a necessidade de uma atenção maior no texto literário em si. Também buscaram afastar qualquer consideração centrada na vida pessoal dos autores. Influenciados pela linguística estrutural de Saussure, pregavam a criação de métodos que permitissem um esforço de análise centrado na sincronia do texto. Ainda que esta mudança de rumos tenha sido muito importante, logo alguns formalistas perceberam que não era possível deixar de lado por completo a consideração de outros fatos sociais para uma melhor compreensão do texto literário, dentre eles se encontrava: Roman Jakobson, com sua leitura centrada na presença de múltiplas vozes no texto, o que nos faz perceber que toda obra literária fala de várias épocas e lugares diferentes. Roman Jakobson, com sua percepção de que as funções da linguagem se fazem simultâneas em qualquer tipo de texto. Antonio Candido, ao afirmar que a literatura se realiza plenamente como um sistema, que inclui o autor, a obra e o leitor. Iuri Tinyanov, com sua percepção de que as funções da linguagem se fazem simultâneas em qualquer tipo de texto. Iuri Tinyanov, que destaca a importância do estudo a evolução literário, recolocando em destaque uma dimensão diacrônica. 5. Ref.: 107616 Pontos: 1,00 / 1,00 (ENADE-2008) TEXTO 1 Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas uma infinidade de portas e janelas alinhadas. (...) Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham o pé na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante sensação de respirar sobre a terra. Da porta da venda que dava para o cortiço iam e vinham como formigas, fazendo compras. Aluísio Azevedo. O cortiço. (São Paulo: Ática, 1989, p. 28-9). TEXTO 2 Aliás, o cortiço andava no ar, excitado pela festa, alvoroçado pelo jantar, que eles apressavam para se dirigirem a Montsou. Grupos de crianças corriam, homens em mangas de camisa arrastavam chinelos com o gingar dos dias de repouso. As janelas e as portas escancaradas por causa do tempo quente deixavam ver a correnteza das salas, transbordando em gesticulações e em gritos o formigueiro das famílias. Émile Zola. Germinal.( São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 136.) TEXTO 3 Aluísio Azevedo certamente se inspirou em L¿Assommoir (A Taberna), de Émile Zola, para escrever O Cortiço (1890), e por muitos aspectos seu texto é um texto segundo, que tomou de empréstimo não apenas a idéia de descrever a vida do trabalhador pobre no quadro de um cortiço, mas um bom número de pormenores, mais ou menos importantes. Mas, ao mesmo tempo, Aluísio quis reproduzir e interpretar a realidade que o cercava e sob esse aspecto elaborou um texto primeiro. Texto primeiro na medida em que filtra o meio; texto segundo na medida em que vê o meio com lentes de empréstimo. Se pudermos marcar alguns aspectos dessa interação, talvez possamos esclarecer como, em um país subdesenvolvido, a elaboração de um mundo ficcional coerente sofre de maneira acentuada o impacto dos textos feitos nos países centrais e, ao mesmo tempo, a solicitação imperiosa da realidade natural e social imediata. Antonio Candido. De cortiço a cortiço. In: O discurso e a cidade. São Paulo / Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2004, p.106-7/128-9 (com adaptações) Assinale a opção em que a relação intertextual entre O Cortiço e Germinal é interpretada pelos parâmetros críticos apresentados no texto de Antonio Candido acerca da relação entre a obra de Aluísio Azevedo e a de Émile Zola. O texto de Aluísio Azevedo é um texto primeiro em relação ao de Zola porque foi escrito anteriormente e influenciou a produção naturalista do escritor francês. O texto de Aluísio Azevedo, por suas condições de produção, está submetido ao modelo naturalista europeu, ao mesmo tempo em que atende a demandas da realidade nacional. O Cortiço é um texto segundo em relação ao texto de Zola porque é, sobretudo, a duplicação do modelo literário francês e da realidade social das classes operárias européias. A presença de elementos do naturalismo francês em O Cortiço é indicativo da troca cultural que ocorre no espaço do intertexto, independentemente das realidades locais de produção. A relação de proximidade entre o texto de Azevedo e o de Zola evidencia que o diálogo entre os textos desassocia-os da realidade social em que foram produzidos. 6. Ref.: 124835 Pontos: 1,00 / 1,00 A respeito da contribuição pioneira de Tobias Barreto, podemos afirmar que: Por ter sido o primeiro a usar a expressão ¿Literatura Comparada¿ no Brasil, o autor vai além de uma visão de mundo importada da Europa. Embora tenha sido o primeiro a usar a expressão ¿Literatura Comparada¿ no Brasil, o autor se contradisse ao se filiar a modelos filosóficos em moda em outro continente, o que não era regra entre os intelectuais brasileiros. Além de ter sido o primeiro a usar a expressão ¿Literatura Comparada¿ no Brasil, o autor consegue estabelecer um espaço de autonomia, para além da visão de mundo importada da Europa. Mesmo tendo sido o primeiro a usar a expressão ¿Literatura Comparada¿ no Brasil, o autor se mantém preso a uma visão de mundo importada da Europa. Nenhuma das respostas acima. 7. Ref.: 124852 Pontos: 1,00 / 1,00 O processo de descolonização literária se tornou uma tendência global a partir... Do final da revolução industrial, que completa seu ciclo no final do século XIX, tornando todas as nações do mundo igualmente livres do jugo do poder feudal. Do final da 2ª guerra mundial, que provocou a retomada do diálogo entre as diferentes nações do mundo, após o trauma do conflito internacional. Nenhuma das respostas anteriores. Do final da 2ª guerra mundial, que provocou o esfacelamento dos antigos impérios coloniais e precipitou a independência das antigas colônias da África e da Ásia. Do final da guerra fria, na década de 80 do século XX, que acarretou a retomada do diálogo entre as diferentes nações do mundo. 8. Ref.: 124862 Pontos: 1,00 / 1,00 O que vem a ser ¿tarzanismo¿, na concepção do escritor português Manuel Ferreira? Uma interpretação da realidade que olha para o africano sob uma visão estereotipada, obra de colonizadores que levam ao continente as luzes do progresso. Uma interpretação da realidade que valoriza as contribuições culturais deixada pelos europeus que colonizaram a África. Nenhuma das respostas acima. Uma interpretação da realidade segundo a qual a presença de brancos na África representa sério perigo para a autonomia das novas nações do continente. Uma interpretação da realidade que deprecia as contribuições culturais deixadas pelos europeus que colonizaram a África. 9. Ref.: 124881 Pontos: 1,00 / 1,00 No campo dos Estudos Culturais, a palavra usada para designar a categoria que se contrapõe ao conceito de ¿hegemonia¿ é: Emergente Minoritário Sublaterno Subdesenvolvido Marginal 10. Ref.: 127163 Pontos: 1,00 / 1,00 Dentre as dificuldades encontradas em todo processo de adaptação de uma obra literária para o cinema, podemos destacar: O fato de que no cinema deve-se ter em conta a importância das imagens como principais transmissoras da mensagem, o que coloca o texto em segundo plano. Nenhuma das opções acima. O fato de que o tempo precisa ser muito bem administrado para que seja possível narrar toda a trama de um romance. O fato de que o tempo, muitas vezes, é curto para dar conta de toda a trama de um romance, aliado ao fato de que as imagens estão, no cinema, aliadas ao texto, para comunicar as mensagens. O fato de que no cinema há muito pouco tempo para o desenvolvimento da trama de um romance, o que leva os diretores a sempre produzirem obras incompletas.

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